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Com pequeno-almoço, almoço e brunch, o Soeurs quer ser um café de bairro

Abriu no Verão e é o irmão mais novo do Comadre. O ambiente é acolhedor, a decoração vintage e os pratos inspirados na cozinha francesa e japonesa.

Beatriz Magalhães
Escrito por
Beatriz Magalhães
Jornalista
Soeurs Café
Rita Chantre | O Soeurs, na Rua Luciano Cordeiro
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Estamos no Comadre. Não, não nos enganámos. Sabemos que o restaurante speakeasy, que fica ao lado da antiga casa do Elefante Branco, na Rua Luciano Cordeiro, não é novidade – aliás, a Time Out veio cá aquando da sua abertura. Estamos aqui novamente, não por causa do Comadre, mas sim porque o longo corredor na entrada do espaço, que antes servia de caminho para chegar à porta do armário espelhado que dá acesso ao restaurante e bar, tornou-se, em Julho, um café.

Melissa Domingues e Meguy Pereira são como irmãs (afinal, conhecem-se desde os cinco anos). Melissa trabalhou na área de vendas em Paris, depois mudou-se para Berlim, onde se ficou pela música. Meguy fez a escola de cozinha também em Paris e, há 18 anos, veio para Lisboa, onde passou por restaurantes como o Belcanto e o Mini Bar e hotéis como o Sheraton, para depois fazer consultoria de brunch. Melissa chegou há oito anos, esteve desde essa altura ligada à restauração, até que os astros se alinharam e reencontrou a amiga Meguy. Abriram então o Comadre, sonho que já vinha da infância.

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Rita ChantreMelissa Domingues e Meguy Pereira

Mas como boas “irmãs” que são, sabem o quão sozinho um filho único se pode sentir, por isso quiseram dar ao seu primogénito o Soeurs (irmãs em francês). “Sabíamos que o ponto de partida seria o restaurante, mas sabíamos que queríamos mais espaços no futuro. O Comadre completa-nos imenso, no sentido de ser um espaço de noite, intimista, para amigos. É um espaço que se identifica connosco, somos as primeiras clientes. Gostamos da noite, de fazer jantares com amigos, mas com a idade gostamos cada vez mais de um bom pequeno-almoço e café na manhã seguinte”, brinca Meguy, de 36 anos.

Há cerca de um ano, começaram a pensar na possibilidade de abrir o Soeurs noutro sítio, mas acabaram por preferir testar o projecto neste espaço. Até agora tem corrido bem. “Há pessoas que vêm ao Soeurs e não sabem que existe o Comadre. E há pessoas que vêm ao Comadre e não sabem que existe o Soeurs. Era mesmo essa a nossa ideia – ter um espaço com várias identidades”, continua Melissa, ao qual Meguy acrescenta que, um dia, a intenção é “levar o conceito ainda mais longe” e expandi-lo a mais bairros.

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Rita ChantreNo interior do Soeurs
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Rita ChantreA zona do bar do Soeurs

Para as proprietárias, ambas filhas de pais portugueses, importa fazer essa distinção. Querem estar em bairros, não em locais turísticos de Lisboa. “Não estamos focadas apenas nos turistas. Queremos ter um público português”, afirma Melissa. A parceira explica de seguida: “Por isso é que queremos que o sítio do restaurante e café seja num bairro, onde há pessoas a viver e trabalhar. Queremos afastar-nos das zonas mais turísticas, como a Baixa, porque o nosso foco principal é criar um negócio para a pessoa que vive cá e que vem várias vezes.” O que, segundo dizem, tem acontecido – no caso do Comadre, mais de metade dos clientes são locais.

Ainda que propostas distintas, o Comadre e o Soeurs partilham a cozinha e também a mesma estética vintage. Na entrada, onde uma grade deu origem a um balcão que dá para a rua, a madeira escura sobressai, ora nas mesas, ora nas cadeiras. Mais à frente, o balcão do bar ocupa grande parte do espaço. As paredes desgastadas aparentam precisar de uma boa pintadela, do tecto pendem flores secas e, por todo o lado, quadros, jarras de flores, livros e plantas servem de decoração. Alguns elementos, como os espelhos, lembram os anos 20, e o ambiente a meia-luz – que pelas dez da manhã nos leva para uma final de tarde de inverno – torna o Soeurs acolhedor.

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Rita ChantreCroffle de salmão, labneh e abacate
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Rita ChantreAssiette Souers, pão, queijo, ovo à la coque e figos

As semelhanças ficam-se por aí, já que a carta do café é, naturalmente, pensada para o pequeno-almoço, brunch, almoço e ainda lanche. “Queríamos apresentar pratos que nós gostaríamos de comer no café e distanciar-nos um pouco dos brunches habituais. Por isso é que criámos a tamago sando, uma sandes de ovo, inspirada na cozinha japonesa. E temos o assiette Soeurs, um prato com ovos à la coque, queijo, manteiga e pão, mais inspirado nos pequenos-almoços parisienses”, destaca Melissa.

Além destes, e dos clássicos iogurte com granola e ovos mexidos, há pão pita com beringela panada, alcachofras, tomate seco, tahini e óleo de pimenta (10€), e croffle (croissant e waffle num só) com salmão curado, abacate, labneh, pepino, óleo de pimenta e cebolinha (10€). Depois, há quatro pratos para almoço, servidos entre as 12.00 e as 15.30: o hambúrguer (11€), com ovos mexidos, bacon, pickles, maionese da casa e salada; a salada César (10,50€), com frango, abacate, alcaparras, uvas em pickle, arandos e parmesão; os nuggets de bacalhau (11,50€), acompanhados de salada, pickles e molho tártaro; e finalmente, os gnocchis (14€), com tomate cherry, pesto de pistáchio e stracciatella.

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Rita ChantreTamago sando
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Rita ChantreCoconut matcha cloud, com matcha e água de coco

Nos doces, temos o rolo de canela (2,50€), a rabanada com gelado de doce de leite (8€), o croffle (5€), desta vez de chocolate, pistáchio e kumquat, a tarte de merengue de limão (5,50€), e o cheesecake basco de chocolate (6€). Também há cookies. É tudo caseiro (à excepção do pão, da padaria doBeco) e a ideia é que os pratos vão rodando com frequência, não só de forma a respeitar a sazonalidade dos produtos, como também para que os clientes possam vir duas, três, quatro vezes e experimentar sempre coisas novas. 

Para beber, não faltam matchas e lattes, cappuccinos e americanos, feitos com café da Flor da Selva. É de destacar o azuki latte (5,50€), com leite e pasta de feijão vermelho, muito utilizada em sobremesas no Japão, e o latte de sementes de sésamo pretas (5,50€). O chá é da Companhia Portugueza do Chá, a cerveja da Pale Ale e a maioria dos vinhos, de pouca intervenção, são portugueses – do Dão, Alentejo ou de Vale de Mó. E cocktails? Também os há: espresso martini (11€), margarita de kumquat (10,50€), limoncello spritz (9,50€) e matcha cloud basil (11€).

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Rita ChantreRabanada de doce de leite com gelado e latte de sementes de sésamo pretas

Se não forem servidos em pratos de inox ou copos de vidro, a comida e as bebidas são-nos apresentadas em pratos e chávenas de cerâmica, em tons beges e com o logótipo do Soeurs estampado em azulão. É outro dos projectos de Melissa e Meguy. E segundo nos contam, há já quem pergunte se as peças estão à venda. Para já, ainda não. Mas no futuro, quem sabe, o tempo lhes permita investir mais neste hobby paralelo. Ao que parece, não faltariam clientes.

Rua Luciano Cordeiro, 81C (Marquês de Pombal). Qua-Dom 09.00-16.30

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